Uma vez na internet, para sempre na internet: Miguel Relvas
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Foi feito um serviço público na Wikipédia e, neste preciso instante - e digo neste preciso instante porque, conhecendo a comunicação em Portugal e o rácio de duração da verdade imanente - encontra-se disponível na página de Miguel Relvas um maravilhoso artigo dotado de verdades que valem a pena ler. Realço ainda que não se encontra apenas em português mas pelo menos inglês.E porque já se está mesmo a ver (como já referi) que isto não vai durar muito online, decidi salvaguardar um pouco de boa verdade e disponibilizar aqui mesmo um artigno digno de verdade jornalístico como, dados os desenvolvimentos em Portugal, tão depressa não verão em mais lado nenhum que não neste mundo infindável de vergonhas e verdades que é a internet (inclui apenas o que penso ser verdadeiramente notável): |
Família
É o mais
velho de três filhos de João Augusto Garção de Miranda Relvas e de sua
mulher Branca da Encarnação Martins Cassola (Portalegre,
17 de Fevereiro de 1936), sendo irmão de José António Cassola de Miranda Relvas (Angola,
15 de Fevereiro de 1963) e de João Manuel Cassola de Miranda Relvas (Angola, 20
de Outubro de 1966). Bem o seu nome era Ervas Daninhas... mas com equivalencia...
ficou Relvas....
Universidade Livre
Inscreveu-se
pela primeira vez no ensino superior em 1984,
no curso de Direito da Universidade Livre,
uma instituição privada. Em 1985 concluiu, após frequência
escrita e prova oral, a disciplina de Ciência Política e Direito
Constitucional, com a classificação de 10 valores. Em Setembro desse ano pediu
transferência para o curso de História, ainda na Universidade Livre.
Matriculou-se em sete disciplinas, mas não fez nenhuma.
Universidade Lusíada
Em 1995/96
pediu reingresso na Universidade
Lusíada para o curso de Relações Internacionais. Não frequentou
nenhuma cadeira. A Universidade Lusíada anulou a
matricula de Miguel Relvas em 1996 por estar a dever 160.272
escudos (cerca de 800 euros) de propinas.
Universidade Lusófona
Em Setembro
de 2006 requereu a sua admissão à Universidade Lusófona. A Universidade Lusófona analisou o “currículo
profissional”, bem como a frequência dos “cursos de Direito e História” anos
antes. Em Outubro de 2007 Miguel Relvas concluiu a licenciatura em
Ciência Política e Relações Internacionais, curso com um plano de estudos de 36
cadeiras semestrais distribuídas por três anos, com a classificação final de 11
valores. Esta licenciatura foi concluída em apenas um ano.
Relvas,
obteve 32 equivalências e teve apenas de fazer exames a quatro disciplinas para
poder concluir num ano a licenciatura em Ciência Política e Relações
Internacionais na Universidade Lusófona de Lisboa.
Os cargos
públicos que Miguel Relvas ocupou desde os seus 26 anos valeram-lhe a
equivalência a 14 disciplinas. A sua avaliação das “competências adquiridas ao
longo da vida” teve em conta os nove cargos que ocupou como membro da delegação
portuguesa da NATO, entre 1999
a 2002 e como secretário da direcção do grupo
parlamentar do PSD entre 1987 e 2001.
Os cargos
políticos desempenhados permitiram obter equivalências a três disciplinas do
2.º ano e ainda a mais uma do 3.º ano. Por fim, a avaliação do “exercício de
funções privadas, empresariais e de intervenção social e cultural” permitiram
adquirir equivalências a mais 15 disciplinas.
Relvas
realizou apenas quatro exames para que pudesse concluir o 1.º ciclo de estudos
(licenciatura). O aluno fez as provas nas cadeiras de Quadros Institucionais da
Vida Económico-Político-Administrativo, do 3.º ano (12 valores), Introdução ao
Pensamento Contemporâneo, do 1º ano (18 valores), Teoria do Estado, da
Democracia e da Revolução, do 2.º ano (14 valores) e ainda Geoestratégia,
Geopolítica e Relações Internacionais II, do 3.º ano (15 valores). O reitor da Universidade Lusófona, na
altura em que Relvas estava inscrito, Santos Neves,
deu-lhe a melhor nota do seu currículo académico - 18 valores na cadeira
Introdução ao Pensamento Contemporâneo. Esta disciplina estava, no entanto, a
cargo de Fernando
Pereira Marques. Também dez alunos da “suposta” turma de Miguel
Relvas (1P1) afirmaram que nunca o viram nem nos testes nem nas aulas da
cadeira. Confirmam de igual modo que Santos Neves nunca foi professor da turma
Foram-lhe
até dadas equivalências a cadeiras que nem existiam em 2006/2007, ano lectivo
em que esteve matriculado na Lusófona
Registo biográfico
No registo
biográfico entregue no Parlamento quando foi eleito pela primeira vez deputado
(na IV Legislatura, iniciada a 4 de Novembro de 1985), Miguel Relvas escreveu
na alínea das habilitações literárias: “Estudante universitário, 2.º ano de
Direito” – informação semelhante à do registo entregue na legislatura seguinte.
Tendo Relvas feito apenas uma cadeira do 1.º ano de Direito. Em julho de 2012 afirmou que foi um
lapso ter declarado à Assembleia da República, por duas vezes, que tinha
frequentado o 2.º ano do curso de Direito
Carreira política
Foi
secretário-geral da Juventude Social
Democrata, de 1987 a 1989,
deputado à Assembleia da
República, entre 1985 e 2009,
presidente da Assembleia Municipal
de Tomar, entre 1997
e 2012, presidente da Região de Turismo dos Templários, entre 2001
e 2002, presidente da Assembleia-Geral da Associação de Folclore da Região de Turismo dos Templários
(2001-2002), secretário de Estado da Administração
Local de Durão Barroso, entre 2002
e 2004, e secretário-geral do PSD, de 2004
e 2005, e, novamente, a partir de 2010 É o actual Ministro
dos Assuntos Parlamentares no governo de coligação PSD-CDS liderado
por Pedro Passos Coelho
Actualmente
já está reformado e recebeu, em 2011, 14 mil euros a título de pensão. Relvas
optou por suspender a pensão quando foi convidado a integrar o Governo de
Passos Coelho.
Quando
integrou o Governo de Passos Coelho deixou de receber 2800 euros mensais, uma
subvenção vitalícia por 12 anos de atividade política.
Funções maçónicas
Integra como
membro a Maçonaria através da Loja
Universalis do GOL.
Polémicas
Segundo
ficou provado, e tal como veiculado pela imprensa, falsificou a sua morada
legal lesando o Estado, com o intuito de obter incrementos no seu vencimento, e
assegurando ao mesmo tempo a candidatura nas listas do partido através dessas
localidades quando tinha habitação em Lisboa. Também esteve envolvido no
célebre caso das Viagens-Fantasma, polémica surgida a 20 de Outubro de 1989,
publicada pelo O Independente
E peço que deitem uma olhadelazinha às notas de roda-pé, porque não há nada mais fascinante do que terminar esta leitura com um bom "Miguel Relvas Apaixonado":
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