Manifesto?

03:27

Porquê alters? Porquê acrescentar-se mais ainda àquilo que já somos? Aliás, correcção: porquê alterarmos completamente essa percepção de quem somos e reinventá-la totalmente? Reinventar essa mesma pessoa que nós somos e dizer assim, basta!, hoje sou outra pessoa, hoje sou outro ser, hoje tenho outro nome.

Cada obra que me sai, cada trabalho, cada peça, parece-me que pede uma designação nova. Porque há obras que não parecem ter sido uma Ana a fazê-la, porque a sua concepção se desvia na sua totalidade de quem eu sou. E então porque não reinventar o seu autor? A Ana está por detrás de todos esses alters. É o seu elo de ligação, a chave-mestra.

Acredito que um artista deve ser livre de se reinventar seja de que forma for. Se é livre de criar porque assim o trabalha, porque é artista, é livre de se recriar a si próprio mais do que aos outros. Modificar-se, renomear-se, apresentar-se como algo totalmente diferente, totalmente novo. Apenas um artista sabe de onde nasce a sua obra, qual a gema da sua criação. E portanto, os nomes apenas a ele lhe sabem a alguma coisa. Ao espectador, é apenas um nome a decorar.

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